sábado, 30 de outubro de 2010

Lifeline


Por um tempo me sinto perdida, sem motivação, sem vontade, e fico tentando me entender, saber o que se passa na minha cabeça, saber o motivo de eu ficar assim. Chega uma tristeza inexplicável, uma vontade de chorar, algo que controla meus sentimentos e minha razão. Então eu tento me segurar, e faço de tudo pra não demonstrar isso, mas não agüento, e acabo me conhecendo cada vez mais, vendo o quando realmente sou frágil, o quanto preciso das pessoas perto de mim, vendo que na verdade eu sou muito pequena. Talvez o que eu tenha eu não saiba oferecer.
Eu tenho esse sentimento pessimista de que algo está me levando para baixo. Estou completamente saturada, as ondas estão quebrando mais perto, meus pés já estão submersos, fazendo aquilo que afirmei odiar. Eles têm nadado na água errada. Agora eles estão me puxando para baixo, mas eu estou agarrando-me a Você, sem deixar ir, porque eu sei que Você me levantará. Toma o teu caminho aqui, mantenha-me flutuando, pois eu sei que afundarei sem Você. Toma esse meu oceano de dor, joga-me um salva-vidas. Acordar sentindo-me convicta. Sei que algo não está direito. Reconcilio meus joelhos com o tapete, preciso tirar isso de mim, porque está obstruindo 'eu e Você', e secar os mares que nos separam. Mas eu estou agarrando-me a Você, sem deixar ir, porque eu sei, porque eu sei que Você me levantará. (Lifeline-Brooke Fraser)

sábado, 9 de outubro de 2010

End.


Isso não é o fim, isso não é o começo. Como uma voz na multidão estremecendo a cada mudança, mas você ouve a batida e a rima violenta, e apesar de as palavras parecerem firmes, há algo de vazio nelas. Nós dizemos sim, voando com os punhos no ar, como se nós estivéssemos segurando algo invisível que hà lá. Por que nos estamos vivendo a mercê da dor e do medo? Até nos mortos, esquece-lo e deixar tudo desaparecer. Esperando o fim chegar. Desejando que eu tivesse força para aguentar. Não foi isso que planejei. Está fora do meu controle, voando na velocidade da luz, com pensamentos rodando na cabeça. Tantas coisas ficaram sem ser ditas, é difícil deixar você ir. Eu sei o que é preciso para seguir em frente, eu sei como é mentir. Tudo o que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo, segurando o que eu não tenho. Sentado em uma sala vazia, tentando esquecer o passado. Isso nunca foi feito para durar. O que sobrou quando o incêndio acabou? Eu achei que era certo mas aquele certo era errado. Todos os apanhados no olho da tempestade, e tentando entender como era seguir em frente. E eu nem sei que tipo de coisas que eu disse, minha boca continuou se movendo e minha mente morreu. Juntando os pedaços, agora por onde começar? O tempo é valioso. Observe-o voar e balançar como um pêndulo. Observe a contagem regressiva até o fim do dia. O relógio suga a vida fora, é tão irreal. Você não olhou para baixo, observe o tempo indo direto pra fora da janela, tentando se manter, nem mesmo sabia que eu desperdicei tudo isso só para ver você ir. Eu mantive tudo dentro e mesmo eu tendo tentado, tudo desmoronou. O que significou para mim será eventualmente uma memória de uma época quando eu tentei tão duro e cheguei tão longe. Mas no fim, não importa mesmo, eu tive que cair para perder tudo. Agindo como seu eu fosse parte de sua prioridade, lembrando de todas as vezes que você lutou comigo. Estou surpreso, cheguei tão longe. As coisas não são mais do jeito que eram antes. Você nem sequer me reconhece mais. Não que você não me conhecia naquela época, mas tudo voltou para mim. Eu coloquei minha confiança em você, empurrado até onde posso ir. Por tudo isso, há apenas uma coisa que você deveria saber: Eu tentei tão duro e cheguei tão longe. Mas no fim, não importa mesmo, eu tive que cair para perder tudo. A parte mais difícil de terminar é começar de novo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Follow.


Eu nem me lembro mais, já nem sei mais o que é meu, estou longe de tudo, em outro lugar qualquer onde só existe o ‘mim’ e mais ninguém. Não quero me lembrar do que me faz mal, não quero más lembranças, não quero minha memória, não quero meu passado, não quero esse presente. Quero um silêncio, quero um olhar, uma boa companhia. Me ocultar da ausência, do meu corpo, de você, dos problemas, das fantasias, quero a realidade, a dura. Não vou parar pra pensar, não quero piorar o que está ruim, não quero abrir aquela caixa, não quero ver aquelas conversas, não quero as fotos, não quero músicas que me lembrem. Por um minuto vi no espelho a minha infância, a única boa lembrança, o bom momento, o verdadeiro sorriso, o verdadeiro amor, a verdadeira inocência, a pura felicidade. Quanto tempo faz que eu não me sinto assim inocente? Quanto tempo faz que eu não dou um sorriso verdadeiro? Quanto tempo faz que não vêem a pureza nos meus olhos? Quanto tempo não me vêem? E não me perguntam como estou. Quanto tempo não tentam me entender, há quanto tempo não me sentem? Uma viva vendo-se morrer pelo espelho. Parada. Pávida. Com medo da vida, medo de enfrentar. Medo de ninguém entender, de ninguém ver. Medo de não sentir. Me oponho a passar por tudo de novo. Me oponho fazer diferente. Eu quero ocultar. Quero me esconder. Quero me esfriar. Quero conseguir. Quero daqui á alguns meses olhar pra trás e poder rir disso tudo ao invés de ainda concordar. Quero ver a vida me mudar. Ver o tempo resolver o que eu não consigo. Quero um espelho que reflita meus erros. Que me faça acreditar na mudança. Mas acima disso quero a verdade. A realidade. Saber que nada disso existe. Saber que eu devo correr atrás da minha mudança. Saber ser independente. Seguir em frente. Não parar da primeira topada. Saber que sempre vai ter alguém pra te julgar. E o relógio não vai parar pra perguntar se tá tudo bem.

sábado, 10 de julho de 2010

Foi diferente


Foi só ela se abrir, desabafar e se entregar. Sim ela tinha encontrado uma pessoa especial, capaz de fazê-la esquecer as marcas e cicatrizes que carregava no peito, fazê-la acreditar em tudo novamente, dar á ela coragem, proteção e amizade; conseguir tirar do mais oculto o que ela escondia no mais frio e escuro lugar por medo, talvez; ele a fez acreditar que seria diferente. E foi diferente, sim foi! Para ela foi diferente, foi algo novo, contagioso, indescritível, a melhor coisa que poderia ter acontecido; mas para ele foi como sempre, não foi diferente, não com ela. Era uma incomodo algo tão novo, tão desigual para ela ser comparado com um passado ruim dele. Mas era apenas um incomodo o pior mesmo foi quando esse passado ruim fez parte daquele presente, na verdade creio que ele já percebia o quanto estava ficando amargo, mas ela era inocente, e estava tão empolgada que não notou. Ele foi tão medroso que esperou o tempo dizer coisas que era incapaz de falar olhando para ela. Quando a menina acordou do seu conto de fadas e se deu conta do que realmente acontecia preferiu colocar as cartas na mesa por mais doloroso que fosse. E assim acabou não houve reação talvez porque a ficha não tinha caído. Quando ela começou sentir falta, percebeu que realmente tinha chegado ao fim mas já era incontrolável, não conseguia mais omitir seus sentimentos que mais uma vez a levou ao mesmo fim e então ela decidiu novamente ocultar no lugar mais frio e escuro as suas dores, feridas e qualquer outro sentimento. Bem sabia ela que só o choro iria aliviar, só o tempo iria apagar o que ficou, e só ele saberia onde encontrar o seu oculto.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Mais lua do que luar.


"Viver é expandir, é iluminar. Viver é derrubar barreiras entre os homens e o mundo. Compreender. Saber que, muitas vezes, nossa jaula somos nós mesmos, que vivemos polindo as nossas grades, ao invés de nos libertarmos delas.
Procuro descobrir-nos outros sua dimensão universal, única. Sou coletivo. Tenho o mundo dentro de mim. Um profundo respeito humano. Um enorme respeito à vida. Acredito nos homens. Até nos vigaristas. Procuro desenvolver um sentido de identificação com o resto da humanidade. Não nado em piscina se tenho o mar. Por respeito a cada ser humano em todos os cantos da terra, e por gostar de gente – gostar de gostar – é que encontro em cada indivíduo o reflexo do Universo.
As pessoas chamam de amor ao amor próprio. Chamam de amor ao sexo. Chamam de amor a uma porção de coisas que não são amor. Enquanto a humanidade não definir o amor, enquanto não perceber que o amor é algo que independe da posse, do egocentrismo, da planificação, do medo de perder, da necessidade de ser correspondido, o amor não será amor.
A gente só é o que faz aos outros. Somos conseqüências dessa ação. Não fazer... Deixa-me extenuado.
Talvez a coisa mais importante da vida seja não vencer na vida, não se realizar.
O homem deve viver se realizando.
O realizado botou ponto final.
Não podemos viver, permanentemente, grandes momentos. Mas podemos cultivar sua expectativa. Acredito em milagre. Nada mais miraculoso que a realidade de cada instante. Acredito no sobrenatural. O sobrenatural seria o natural mal explicado, se o natural tivesse explicação. Enquanto o homem não marcar um encontro consigo mesmo, verá o mundo com prisma deformado. E construirá um mundo em que a lua terá prioridade.
Um mundo mais lua do que luar..."

Pedro Bloch.

sábado, 15 de maio de 2010

No one knows


Eu caminho por uma estrada solitária, a única que eu sempre conheci. Não sei até onde vai, mas é um lar para mim, e eu ando só. Eu caminho por esta rua vazia, na avenida dos sonhos destruídos, onde a cidade dorme e eu sou o único, e eu ando só, eu ando só, eu ando.
Minha sombra, a única coisa que anda ao meu lado, meu coração falso é a única coisa que bate. Ás vezes eu desejo que alguém me encontre, até lá, eu ando só. Estou andando na linha que me divide em algum lugar na minha mente, no limite da margem, é onde eu ando sozinho. Leia entre as linhas do que está arruinado e o que está tudo bem, checo meus sinais vitais, para saber se estou vivo e eu ando só, eu ando só, eu ando. Eu caminho por esta rua vazia, na avenida dos sonhos destruídos, onde a cidade dorme e eu sou o único, e eu ando.
Pra mim, é apenas o começo. Eu vejo meus amigos envelhecendo, uma pequena contagem regressiva para o final. É melhor pensar de novo, porque ninguém sabe. Eu não quero causar nenhum mal, mas ás vezes minhas atitudes machucam, há algo que preciso encontrar para fazer planos pra sempre. Parece que todas as memórias desapareceram, você suga conhecimento para cobrir o espaço, e minha resposta ainda é a mesma... Eu não sei.
Então vamos encarar a verdade, isso nunca foi o que você queria, mas eu sei que é divertido fingir. Agora, olhares em branco e ameaças vazias, são tudo o que eu tenho. Então me afogue se puder, ou nós podemos apenas conversar. E eu caio, eu caio, eu perco o equilíbrio. Te encontrei antes de partir, e agora você fala de ódio antigo, embora seu mundo todo tenha acabado em chama, e não é demais descobrir que você não vale nada? E o quão seguro é se sentir seguro, então me afogue se puder, ou nós podemos apenas conversar. E eu caio, eu caio, eu perco o equilíbrio, te encontrei antes de partir. As coisas que fazemos pra ficar vivos, as coisas que fazemos só pra nos manter vivos.


Boulevard of Broken Dreams/ No one knows – Green Day
Day old Hate - City And Colour

segunda-feira, 1 de março de 2010

I'm afraid.

Existem certas coisas em mim, que são inexplicáveis, certas atitudes minhas que depois eu nem sei mais por que fiz aquilo, depois eu me arrependo, mas ninguém acredita que me arrependi de verdade, e ninguém sabe me perdoar de verdade. Talvez ninguém seja bom o bastante pra conseguir perdoar, e entender que as pessoas erram, caem, levantam, e acertam, mas pra isso elas precisam de alguém junto, ajudando, apoiando, dando a mão. Ninguém vive sozinho, quem não sabe disso, todos precisaram de alguém, mesmo que não consigamos abrir a boca e dizer tudo que estamos sentindo, precisamos de um abraço silencioso, que com toda sua pureza consegue envolver a dor, e durante alguns poucos segundos nos sentimos seguros, protegidos e fortes o suficiente para conseguir curar uma ferida, e aquele momento, daquele abraço, passa ser indescritível, porque nenhum sentimento pode ser descrito com palavras, sentimento é algo 'sobrenatural', sem explicação, sem manual. Feridas não podem ser curadas, a única coisa que posso fazer é tentar não lembrar, porque esquecer pra mim já se tornou impossível. Tenho medo de me tornar algo que não quero ser, medo de deixar que a ferida tome conta do meu coração, e consuma meus sentimentos restantes, é isso, tenho medo.