quarta-feira, 9 de março de 2011

sábado, 5 de março de 2011


Ela tinha medo de perder tudo o que conquistou. De ir pra longe, e saber que não faria nenhuma falta. Ela não queria deixar nada pra trás, e por mais que a machucasse, não parava de pensar nisso.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Saudades


Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...
Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...
Sinto saudades da minha infância.
Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...
Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...
Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!
Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!
Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.
Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!
Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!
Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,
Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.
Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.
Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas ou pessoas queridas.
E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.
Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...
(Clarice Lispector)

But my thoughts you can't decode.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

I want to be


Eu queria saber um pouco mais sobre o que quero, queria que soubessem um pouco mais quem sou, na verdade eu queria tanta coisa. Queria conhecer de verdade quem tá do meu lado, a gente se surpreende com tantas atitudes inesperadas, quando mais achamos que conhecemos menos sabemos sobre tal coisa. Queria ser mais independente, mais livre, mais tranqüila, mais responsável. Queria saber distinguir os verdadeiros sentimentos das pessoas. Porque não tem nada pior que ser enganado, nada pior e mais doloroso que uma mentira de quem menos se espera. A ignorância das pessoas me machuca tanto. Eu queria ser menos frágil, e não me preocupar muito com os outros. Queria sentir menos, me emocionar menos. Queria que as coisas simplesmente não me afetassem tanto. Queria fazer o tempo voltar. Queria ser mais inocente. Ficar mais perto do mar. Queria saber fazer meu tempo, para poder sentar e olhar o céu, conversar com quem realmente me acalma só por me escutar. Queria reviver as velhas amizades. Queria machucar menos as pessoas. Queria ser muito mais empática e humilde. Queria não julgar ninguém. Queria ser menos confusa. Queria não sentir vontade de mudar as coisas. Queria não tentar mudar. Queria não ter a decepção de não conseguir mudar as coisas. Queria ser menos orgulhosa. Queria me expressar mais, falar dos meus sentimentos. Queria não sentir saudades. Na verdade, eu queria e preciso ser mais grata, e agradecer por tudo que tenho, por tudo que sinto.

sábado, 30 de outubro de 2010

Lifeline


Por um tempo me sinto perdida, sem motivação, sem vontade, e fico tentando me entender, saber o que se passa na minha cabeça, saber o motivo de eu ficar assim. Chega uma tristeza inexplicável, uma vontade de chorar, algo que controla meus sentimentos e minha razão. Então eu tento me segurar, e faço de tudo pra não demonstrar isso, mas não agüento, e acabo me conhecendo cada vez mais, vendo o quando realmente sou frágil, o quanto preciso das pessoas perto de mim, vendo que na verdade eu sou muito pequena. Talvez o que eu tenha eu não saiba oferecer.
Eu tenho esse sentimento pessimista de que algo está me levando para baixo. Estou completamente saturada, as ondas estão quebrando mais perto, meus pés já estão submersos, fazendo aquilo que afirmei odiar. Eles têm nadado na água errada. Agora eles estão me puxando para baixo, mas eu estou agarrando-me a Você, sem deixar ir, porque eu sei que Você me levantará. Toma o teu caminho aqui, mantenha-me flutuando, pois eu sei que afundarei sem Você. Toma esse meu oceano de dor, joga-me um salva-vidas. Acordar sentindo-me convicta. Sei que algo não está direito. Reconcilio meus joelhos com o tapete, preciso tirar isso de mim, porque está obstruindo 'eu e Você', e secar os mares que nos separam. Mas eu estou agarrando-me a Você, sem deixar ir, porque eu sei, porque eu sei que Você me levantará. (Lifeline-Brooke Fraser)