segunda-feira, 12 de julho de 2010

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Eu nem me lembro mais, já nem sei mais o que é meu, estou longe de tudo, em outro lugar qualquer onde só existe o ‘mim’ e mais ninguém. Não quero me lembrar do que me faz mal, não quero más lembranças, não quero minha memória, não quero meu passado, não quero esse presente. Quero um silêncio, quero um olhar, uma boa companhia. Me ocultar da ausência, do meu corpo, de você, dos problemas, das fantasias, quero a realidade, a dura. Não vou parar pra pensar, não quero piorar o que está ruim, não quero abrir aquela caixa, não quero ver aquelas conversas, não quero as fotos, não quero músicas que me lembrem. Por um minuto vi no espelho a minha infância, a única boa lembrança, o bom momento, o verdadeiro sorriso, o verdadeiro amor, a verdadeira inocência, a pura felicidade. Quanto tempo faz que eu não me sinto assim inocente? Quanto tempo faz que eu não dou um sorriso verdadeiro? Quanto tempo faz que não vêem a pureza nos meus olhos? Quanto tempo não me vêem? E não me perguntam como estou. Quanto tempo não tentam me entender, há quanto tempo não me sentem? Uma viva vendo-se morrer pelo espelho. Parada. Pávida. Com medo da vida, medo de enfrentar. Medo de ninguém entender, de ninguém ver. Medo de não sentir. Me oponho a passar por tudo de novo. Me oponho fazer diferente. Eu quero ocultar. Quero me esconder. Quero me esfriar. Quero conseguir. Quero daqui á alguns meses olhar pra trás e poder rir disso tudo ao invés de ainda concordar. Quero ver a vida me mudar. Ver o tempo resolver o que eu não consigo. Quero um espelho que reflita meus erros. Que me faça acreditar na mudança. Mas acima disso quero a verdade. A realidade. Saber que nada disso existe. Saber que eu devo correr atrás da minha mudança. Saber ser independente. Seguir em frente. Não parar da primeira topada. Saber que sempre vai ter alguém pra te julgar. E o relógio não vai parar pra perguntar se tá tudo bem.

sábado, 10 de julho de 2010

Foi diferente


Foi só ela se abrir, desabafar e se entregar. Sim ela tinha encontrado uma pessoa especial, capaz de fazê-la esquecer as marcas e cicatrizes que carregava no peito, fazê-la acreditar em tudo novamente, dar á ela coragem, proteção e amizade; conseguir tirar do mais oculto o que ela escondia no mais frio e escuro lugar por medo, talvez; ele a fez acreditar que seria diferente. E foi diferente, sim foi! Para ela foi diferente, foi algo novo, contagioso, indescritível, a melhor coisa que poderia ter acontecido; mas para ele foi como sempre, não foi diferente, não com ela. Era uma incomodo algo tão novo, tão desigual para ela ser comparado com um passado ruim dele. Mas era apenas um incomodo o pior mesmo foi quando esse passado ruim fez parte daquele presente, na verdade creio que ele já percebia o quanto estava ficando amargo, mas ela era inocente, e estava tão empolgada que não notou. Ele foi tão medroso que esperou o tempo dizer coisas que era incapaz de falar olhando para ela. Quando a menina acordou do seu conto de fadas e se deu conta do que realmente acontecia preferiu colocar as cartas na mesa por mais doloroso que fosse. E assim acabou não houve reação talvez porque a ficha não tinha caído. Quando ela começou sentir falta, percebeu que realmente tinha chegado ao fim mas já era incontrolável, não conseguia mais omitir seus sentimentos que mais uma vez a levou ao mesmo fim e então ela decidiu novamente ocultar no lugar mais frio e escuro as suas dores, feridas e qualquer outro sentimento. Bem sabia ela que só o choro iria aliviar, só o tempo iria apagar o que ficou, e só ele saberia onde encontrar o seu oculto.